André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Arte de Krajcberg

 

Depois de o fogo com seus flamejantes pés
Ter percorrido tantas milhas, chama acesa
Com labaredas, longa e trágica beleza
Na verde cinza, só lembranças dos anéis...

Alguns dos troncos soçobraram aos pés fiéis
Ao forasteiro às suas mãos com sã destreza
Ganharam voz... E em grito mudo a natureza:
Expõe suas mazelas, procurando um Moisés,

Que a liberte da escravidão dos pastos
Em rastros novos, sob azul, em verdes vastos
Plantando no planeta a terra prometida...

Na arte esculpida, dor e sofrimento
Tentando remover do homem violento
O nevoeiro dos seus olhos já sem vida...

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos Cinzas" - Janeiro de 2018