Lourdes de Oliveira Silva
Capanema / PA

 

 

Bela árvore

 

Frondosa e bela árvore onde estás?
Teus verdes galhos, não os vejo mais!
O insensível homem com motor serra te dilacerou

Nem tuas raízes sobraram no rico solo
E o teu caule?
A mais bela forma de expressão,
Teus galhos eram, do poema a estrofação
E a folha em verso,
Se transformava com emoção.

Ó, frondosa árvore, eu não entendo
Porque o homem te jogou ao chão!
O infeliz parece irracional
Fazendo erguer com decisão
Ferro, concreto e aramão.

O covarde não escutou o teu clamor
Sem piedade, te cortou e te queimou
E o arranha-céu em teu lugar petrificou

Enjaulado, ele vive hoje, sufocado,
Sem liberdade e sem contato
Com verdes galhos,
A luz do sol, já não a tem
Com o mesmo brilho,
E o luar? É uma pena,
Já não percebe.

O ar poluído é consequência de seus atos
E os animais, qual o destino?
Pra onde foram?
Seu habitat, por maldade foi destruído!

Ó, maldito homem!
Por que mutilas?
Por que degradas?
Por que planejas teu triste fim?

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos Cinzas" - Janeiro de 2018