Núbia Cavalcanti dos Santos
Sanharó / PE
Meu frondoso juazeiro
Meu frondoso juazeiro
Testemunha das minhas peraltices de criança
Era abrigo seguro do pássaro carpinteiro
Que exibia seu ninho com pujança.
Meu frondoso juazeiro
A tua sombra era meu abrigo constante
Enquanto o sol causticante de janeiro
Assolava a mata verdejante.
Meu frondoso juazeiro
Hoje o que me resta é a saudade
Dos dias que me servisse de sombreiro
Com seus galhos carregados de bondade.
Meu frondoso juazeiro
Perdoa-me por não ter conseguido te poupar
Da mão maldita do serralheiro
Que não hesitou tua vida ceifar.
Meu frondoso juazeiro
Hoje és apenas um amontoado
De galhos secos e acinzentados
Onde faz moradia, um formigueiro.
|