Núbia Cavalcanti dos Santos
Sanharó / PE

 

Meu frondoso juazeiro

 

 

Meu frondoso juazeiro
Testemunha das minhas peraltices de criança
Era abrigo seguro do pássaro carpinteiro
Que exibia seu ninho com pujança.

Meu frondoso juazeiro
A tua sombra era meu abrigo constante
Enquanto o sol causticante de janeiro
Assolava a mata verdejante.

Meu frondoso juazeiro
Hoje o que me resta é a saudade
Dos dias que me servisse de sombreiro
Com seus galhos carregados de bondade.

Meu frondoso juazeiro
Perdoa-me por não ter conseguido te poupar
Da mão maldita do serralheiro
Que não hesitou tua vida ceifar.

Meu frondoso juazeiro
Hoje és apenas um amontoado
De galhos secos e acinzentados
Onde faz moradia, um formigueiro.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos Cinzas" - Janeiro de 2018