Edna Maria Pessoa
Camaçari / BA
Tu
Chegaste a minha vida, fazendo tempestades...
E eu, brisa, me pus a dançar, sob teus sons trovejantes,
quentes, alucinantes!
Tu, que de toda a tua tempestade,
teu silêncio era inebriante!
Enlevando-me numa teia sem métrica.
Deixando-me apaixonada, desejosa,
de em tuas noites ser tua menina/mulher.
Tu, que hoje já não me levas mais
para caminhar em tuas avenidas poéticas.
E na aurora hoje vivo, a observar o deitar e o levantar do sol.
Morro a cada crepuscular e renasço a cada amanhecer,
para remorrer nos braços da saudade de ti!
Tu, que te foste e me deixaste, perdida nas entrelinhas de nós.
E perdida estou: sem cidade, sem bairro, sem rua, sem casa;
sem país, sem mundo! Sem mim! Sem poética!
Tu, que levaste toda a minha vida contigo.
Deixaste- me quase nada e tudo.
Deixaste-me esse amor que sobrevive, meu sol,
dos momentos únicos que vivemos;
num mundo, que hoje, não tem Atol, nem Farol,
senão uma ponte morta, que de nós, só restam pegadas, promessas...
Tu, que te foste e nem me disseste adeus!
Tu! Que te foste, e contigo, a mim, também, levaste!
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