Neri França Fornari Bocchese
Pato Branco / PR

 

 

O vazio da existência

 

É difícil o continuar
Rompeu-se o perpetuar.
Mesmo, sem quase ter sido,
Uma grande protetora,
Assim mesmo havia um querer.
Em torno de nós, agora há um vazio
E, um profundo e imenso vazio,
Assim  seres desguarnecidos.
O centro deixou de existir
Não há mais um pilar para curtir.
A partida nos deixou  abandonados
Sozinhos, na imensidão da Vida.

A Matriarca partiu para todo o sempre
Era ela, não um alicerce,
Mas era a linha Mestre.
Era a própria origem
Era quem unia o ontem
Com o tempo vindouro, 
Porém,  se faz preciso continuar.
Necessário um novo caminhar,
Mesmo na dependência,
Era um amparo, uma guarida
Era uma ancora,
Um porto seguro
Era um nome.
Era a própria história.
A vida se revestiu de tristeza
Deixando a certeza
De se ter pertencido a um clã,
De se ter uma família.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos cinzas"- Edição 2019 - Dezembro de 2019