André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ
Querer do amor
Amor... Se quiseres amor, tem que amar...
Eu quero o amor, mas ser amor é mar,
É navegar no amor tranquilamente...
Não quero o amor...
Dos grã-finos, das mansões, das coberturas
Eu quero o amor...
Cristalino sem sanções ou armaduras...
Não quero o amor...
No glamour das passarelas, arandelas de cristais
Eu quero o amor...
Em um "tour" pelas vielas, favelas, ideais...
Não quero o amor...
Dessas valsas de salões, em cetins e caviar
Eu quero amor...
Mas sem falsas ilusões, linhas de seda a fiar...
Não quero o amor...
Cambial de milionários, extratos sem valor...
Eu quero o amor...
Social do sério hilário, sem contrato só de dor...
Não quero o amor...
Desses dízimos nos templos, ladrões das escrituras
Eu quero o amor...
Desses mínimos momentos, criações às criaturas...
Não quero o amor...
Que diz sim pra todo não, morrendo na ilusão fria
Eu quero o amor...
De um não pra ser um sim, na doce luta que cria...
O real amor que ama, reescreve-se em poesia...
Não quero o amor...
Que no fim seja do crente, que viveu sem desfrutar
Eu quero o amor...
Que viveu como ateu, mas no fim morreu de amar...
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