Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 Águas inesquecíveis


Eu canto o passado das moventes águas
Que invadiram minha cidade
Destroços, lamas, gritos, gemidos
Imagens que tornaram-se vozes
Que ainda habitam meu sensível mundo interior

Eu canto no corpo que fala
No meu meu frágil corpo de poeta que viu, sentiu,
Chorou o desespero de sua gente
A angústia atropelada da vontade perdida,
Inválida coragem de uma loucura feita de escombros
Palavras bêbadas, desnorteadas…

O cântico que eu canto não possui encanto
Mas é poético, sonoro, musical,
Cântico revolto, cântico movente
Feito de mnemônicos traços que foram tatuados em meu ser
Pelas profundas águas que por minha cidade passou…


 

 




Poema publicado no livro "Versos Cantados".
Edição 2022 - Maio de 2022

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