Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

Um homem tecido pela honra

 


Partiu-se tão de repente desta vida
sem que eu pudesse dele despedi-me
Mas a minha gratidão se fez em tempo
De reconhecer que ele foi mais que um cunhado
Um irmão-pai que há muito me ajudou
Ele e a minha maravilhosa irmã Rozilene!

Partiu, sem tantas despedidas, seu velório não existiu
Mas uma multidão o acompanhou à cidade dos mortos
Cemitério esquecido por tantos que ali deixam
seus entes queridos
Cidade de homens, mulheres, idosos e crianças, indigentes!
Que estão a dormir a esperar o Grande Dia!

Assim este é um daqueles poemas que o poeta
ao escrever sente dor
E dor de poeta é “dor que destina sem doer”,
“é ferida que dói e não se sente”
É um derramamento de sentidos embaralhados
por um tempo dourado
Pela misericordiosa e fiel mão do Criador!

Subiu aos céus meu cunhado-irmão, escolha do Criador!
Sob os cuidados de um aparelhamento médico precário
Em que o governo que deveria investir em saúde
E salvar a população dessa maléfica enfermidade
Sai pelas ruas, sem máscaras, incentivando a bêbada morte
A tragar os que acreditam em seus falaciosos discursos!

Eu, poeta, deste tempo sombrio e desconhecido,
dedico esses versos
Ao meu eterno amigo-irmão, Pedro Sousa Leitão,
Pedro de Sousa Leitão, homem de Deus, homem reto!
Que cumpriu seu mandato aqui na terra com dignidade,
fé e convicção!

 


(Homenagem póstuma ao meu inesquecível cunhado!)

 

 

 




Poema publicado no livro "Versos Livres"
Edição 2021 - Setembro de 2021

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