Iza Engel
Quatro Barras / PR

 

 

Quando as folhas caem


                   

No verão tudo esquenta.
Sol abrasador, terra quente.
Brotos eclodem, outros morrem, não suportam o calor.
Tudo aquece, há um vibrar intenso, também entre humanos.
Depois, vem outra estação,
alguns acreditam ser um declínio, decadência,
desolação, não é isso não!
É apenas mais calma, outras atrações…
As folhas se desprendem
enfeitam o chão, murcham, secam, decompõem lentamente, incorporam ao solo, ajudam na fertilidade da terra.
Preparam o solo, fazem dormir muitas sementes,
para nova época, outro despertar.
As cores mudam seus tons,
as pessoas aquietam os corações,
se preparam para a próxima estação.
Há aqueles que se isolam, só de pensar na nova estação. Sofrem com o frio, desejam esconder-se,
não abrem as janelas, não percebem a presença do sol. Contudo, ele continua despertando o dia,
abrindo seus raios, dando graças ao existir.
Faz um apelo aos humanos, mecham- se,
sem movimento não há vida.
E as folhas?

É outono.

As folhas caem…

 





Poema publicado no Livro "Contos Outonais"
Julho de 2022

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