João Paulo Hergesel
Alumínio / SP

 

 

A não ser que os elefantes chorem

 

Vem no vento o bramido adocicado
mergulhado em glicose cor-de-rosa:
lamento de elefanta em polvorosa;
torrões às toneladas, tilintado.

Sonoridade triste, mas em prosa-
-poética com tom acinzentado:
morrera-lhe o filhote – envenenado!
Melindrosa e melada, era a melosa

vozinha-caramelo que sofria.
(E cuja melodia me iludia
no aroma de um limão dulcificado.)

Aliás, taramelo dia a dia:
da aliá a melodia demolia-
-me em lago lacrimoso-açucarado.

(Poema premiado no Prêmio Campos do Jordão de Literatura)

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos que não se calam"- Edição Especial - Janeiro de 2017