Vicente Izidrö de Souza
Ubaitaba / BA

 

Fazenda Grapiúna

 

 

Silêncio!
Calmaria sem fim
Uma casinha de barro
Janelas abertas
Nada ali

Antes ouviam-se risos
Crianças brincando
Pai trazendo a caça
Com o latir de seus cães

Hoje, silêncio
Onde perdura
O canto dos pássaros
Folhas em atrito
O som do riacho, lá em baixo...

Mais alguns passos
Ruína
De uma barcaça
Onde secava-se o cacau
Mais à frente
Ouve-se uma serra
Homens cortando
árvores centenárias

Tristeza
Fracasso
Lembranças das fantasias
Da amizade com o mico
e o tatu

Enfim
Essa vassoura de bruxa
Ainda ecoa em mim

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos que não se calam"- Edição Especial - Janeiro de 2017