Elizabeth Maria Chemin Bodanese
Pato Branco / PR
Sem palavras
Não era possível expressar com palavras
A imagem que os olhos atentos
Jamais imaginaram enxergar.
No tempo mais triste do ano,
Quando sepulturas se erguiam nas cidades,
Em um dos amargos dias da guerra
Contra o incógnito vírus da morte
O silêncio varreu a cidade dos ciprestes,
Das oliveiras, dos verdes pinheiros altaneiros.
Entre os muitos amados
Que partiram no trem da última estação,
A ocre São Pedro Apóstolo,
Esplendorosamente imponente e bela,
Também chorou a despedida de um querido,
Das crianças o preferido Frei Felipinho.
Na quietude da véspera das Cinzas
Uma humilde túnica franciscana
Aos pés do altar entregava a Deus
O frei que até no Jô Soares apareceu.
Alex, Antônio, Osvaldo e Alan
Com o coração em prantos
O choro por dentro guardaram...
Sem abraços na despedida, triste partida...
Nem uma voz perturbou o silêncio
Naquele triste e difícil momento.
Sem palavras... Sem abraços...
Secaram-se as lágrimas ao vento...