Denise Maria Bueno Ponzoni
Pato Branco / PR
Entre arrombos e assombros
Num momento abrupto... o despertar
... um lapso?... epifania?
Ou... um pensar sobre a vida... nostalgia...
- Que vida? - A humana?... a desumana?
- A vida de todos nós
com infindáveis tarefas diárias
Vidas eficientes, polivalentes, produtivas,
Somos máquinas que fazem, executam, delimitam horários
E seguimos subservientes,
servindo a outras máquinas - estas, mecanizadas
Seguimos comandos, chamadas, vídeos, áudios
- E os contatos humanos?
- Desumanos... mecânicos, apressados,
num cotidiano cibernético, virtual, desigual
Contatos distanciados, separados e, até mesmo, dissipados,
Somos máquinas de (re)produzir, de (re)fazer,
fáceis de comandar.
- E as emoções? E as sensações?
- Evasivas... vazias...
Esquecidas na mente e no coração
À espera de um olhar... de um sopro...
De um despertar para a vida
e até mesmo de um arrombo... de um assombro...
a revelar as emoções ocultas, obscuras...
abrigadas no âmago, no íntimo, no coração,
e demonstrar quem realmente somos.