Elizabeth Bodanese
Pato Branco / PR

 

 

 

Memória obscura

 

 

Enquanto os animais cuidam dos seus iguais,
O homem, feroz devorador de tudo ao seu dispor,
Disfarça-se em finas sedas, tatuagens, maquiagens...
Usa máscaras para esconder o egoísmo, a falsidade....
Trai, oprime, explora, escraviza o irmão.
Destruição... Destruição... Destruição...

Em nome do desenvolvimento, do progresso,
Em trabalho extremamente repetitivo e alienante,
Em série produz e reproduz...
E os consumidores compram e descartam...
E o lixo invade as cidades, as matas, os rios, os mares...
Catástrofes... Catástrofes... Catástrofes...

Que estranho! Não seria o homem um ser pensante?
Não seria dotado do poder de reconhecer o certo do errado?
Não deveria cuidar do mundo até os mais extremos confins
E viver em harmonia com os seus afins?

Poderia ele, no zelo, no amar, transcender...
E tornar-se mais que um homem, um ser...

A omissão e a falta de memória
Fazem com que se repita a mesma história...

Todavia, há sempre uma gotinha de esperança,
De que cultivado na perseverança,
Um sopro veemente e impetuoso abra a mente
Do homem até então dormente...
Dormente... Dormente... Dormente...


 

 

 

 




Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 198
Setembro de 2021

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
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