Jaídson Gonçalves
Felisburgo / MG

 

 

Caneta e a tesoura

 

A caneta na mesa,
A tesoura do lado.
A caneta com sua tristeza,
E a tesoura com o cabo bem surrado.

A caneta se acha a dona da história,
Arrogante e prepotente.
Mas não se lembra de sua própria memória,
E diz coisas para roer o dente.

Já tesoura que corta,
Faz o ato acontecer.
Diz que só o trabalho importa,
Para o pobre que quer vencer.

A caneta se diz importante,
Para as leis e o estudo.
E o importante é ser cintilante,
E descrever o tudo.

A tesoura é nobre,
E sabe de sua importância nas mãos certas.
O ser que a usa é feito de cobre,
Uma força até para as próprias metas.

A caneta faz o registro,
A tesoura corta o papel.
Um depende do outro rastro,
Como um casal em lua de mel.

 

 

 

 




Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 201
Dezembro de 2021

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
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