Paulo Roges
Esperança / PB

 

 

Sina sertaneja

 

 

Mãos calejadas
No roçado a vida inteira
Prato raso, feijão com farinha
É sonho do dia a dia
Água pouca, direito nenhum
A prece das seis da tarde
A vela pra padroeira
E a dormida na esteira
Esperando o amanhã.
O amanhã que não tem chuva
A chuva que nunca vem
É a fé que o sustém
Nessa sina conformada
Pois o que resta
É um nada
Só um nada
É ninguém.

 

 

 

 




Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 202
Janeiro de 2022

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
Anote camarabrasileira.com.br/apol202-012.html e recomende aos amigos