Maria Rita de Miranda
São Sebastião do Paraíso / MG

 

 

Depois é nunca

 

 

Não deixe para depois:

Sorrir para a vida,
cantar ainda que desafinado.
Sair bailando a valsa da alegria
vendo a magia do dia renascer.

Recitar um poema inacabado,
pintar assustado seu auto retrato.
Fingir ser artista de teatro
representando uma personagem surreal.

Dedilhar um instrumento musical,
fotografar cenas inusitadas.
Escrever um conto adverso
lendo as entrelinhas.

Valorizar os amigos,
sentir na pele a miséria humana.
Fitar os olhos dos desesperados
percebendo que você faz parte de um todo.

Estender com anseio a mão
aos desabrigados, injustiçados, infelizes.
Acolher sem preconceito
aos que lhe pede abrigo.

Não deixe nada pra depois,
pois depois é nunca!

 

 

 

 

 




Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 202
Janeiro de 2022

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
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