Matheus Souza Zanardini
Cascavel / PR

 

 

Crisálida de martírios

 

 

Há coisas que a vida esquece
Quando deixa de sentir as dores
Inertes aos apreciadores
Do martírio que se floresce.

Hei de dizer que, para que cesse
Esta derrocada de ardores,
Há de cortarem-se os pudores
Que a noite terna amortece.

Em tal crisálida de horrores,
Que, sem propósito, afagam-se,
Agora jazem quaisquer valores.

Mas hei de dizer que amanhece
Na soma dos retidos amores
Das coisas que a vida esquece.

 

 

 




Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 203
Fevereiro de 2022

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