Neri França Fornari Bocchese
Pato Branco / PR

 

 

A mãe - A Guerra


                     

A mãe embala o berço,
Para ninar o filho amado,
Oferece o seio, leite quentinho.
Decreta a Guerra, o governo,
Só pelo prazer de matar.
O filho, agora soldado,
Foi então convocado.
A mãe, reza ajoelhada.
Senhor, o meu menino, proteja,
E, os outros seres também.
As armas, mortíferas
Por homens insanos, fabricadas:
Ferem, mutilam e matam.
O menino querido,
No campo de batalha, é atingido.
A mãe, nem o corpo, recebe.
Dilacerado, virou, apenas fragmentos.
O filho, tantas vezes beijado,
Acariciado, agora ao léu, pertence.
Pobre mãe, nem uma açucena
Em um túmulo, para depositar.
O governante, sorrindo:
Temos armas, muitos misseis.
A mãe que o amamentou
Com angústia, deve dizer:
Eu criei, um monstro.
Pobres mães,
Desventuradas, essas mulheres,
Uma, para a batalha, o filho entrega
A outra ouve, que “ filho desgraçado!
Quem foi a infeliz, que o gerou?"




Poema "Antologia de Poetas Brasileiros "-Volume 206
Maio de 2022

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