Maria José Zanini Tauil
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Testamento de poeta


                     


Deixam nos céus luzes de agonia
Que cintilam nos mastros de tantas dores
Tantos sonhos humanos irreais
E nós, poetas, comandamos
Esse exército de sonhadores
Dando a vida, caso for, por ideais

Não vejo mais heróis em nosso mundo
E só eles salvam um povo, uma terra
A encarnação do coletivo inconsciente
De uma gente que há muito vive a esmo
Mas eu poeta, na verdade,
Sou só escravo de mim mesmo...

Continuo minha arte sem leitor
Um anônimo escritor desconhecido
Mas faço dos meus escritos testamento
Deixo versos tristes e, às vezes, comovidos
E a quem me ler, um dia, eu assumo
Fui poeta nunca lido...Eis o lamento.

 


 





Poema "Antologia de Poetas Brasileiros "-Volume 206
Maio de 2022

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
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