Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS
Solitudine
Meus olhos fitam o teto do quarto
Relicário de um corpo solitário,
Abandonado, sem ânimo e calor
Que não se conforma com a solidão.
Os pingos da chuva caem em consonância
Com minha alma sofrida, morimbunda e enclausurada.
Eles caem por mim.Pelo abandono,
De tudo que era, e que fazia sentido.
Perdi pessoas que amava,
A saúde, a esperança, a alegria,
Os objetivos de vida,
A empatia com a felicidade.
Aos poucos fui me entregando
Esvaziando-me de tudo que me mantinha
Viva, feliz, empolgada com o futuro.
Hoje o futuro é amargura.