Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

Aventura humana essa dos amantes

Vício dormente, alucinante tombo valente
Que tormenta a vida dos mortais apaixonados
Que se entregam ao sentimento escravizador
De quem permite amar e ser amado desenfreadamente…
Sofrer e promover também sofrimento ao amado desconstruído
À amada deposta de seu cargo
Que se mostra, de repente, um ser distante,
Um ser amado desarmado pelo amor imaginado…
Eis o veneno que dá aos amantes
Um alucinado afeto de apego desnatural
Que aqui o poeta chama de Aventura humana,
Paixão que o poeta por ela foi acolhido
E que, pela experiência de sua “noturna dor”
Ele revive tão estranhamente esse sentimento
Que o levou a amar tão intensamente…
Por meio da poesia o poeta se liberta e se tranquiliza,
Olhando para trás, sente que hoje,
Desconstruída foi sua inocente confiança humana
Descobrindo que é preciso amar, não profundamente,
Mas incompletamente...
Pois da vida o poeta sabe que só se escreve
Quando se experimenta da palavra ferida, rasurada, traumatizada,
Vestida por desconstruídos sentidos
Como um rio que nunca dorme
E a sua fonte é eternamente feita de certezas e dúvidas
Que embalam a vida de quem quer amar,
Apenas amar. Apaixonadamente…

 

 





Poema "Antologia de Poetas Brasileiros "-Volume 224
Janeiro de 2024

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