Harlei Cursino Vieira
Taguatinga Norte / DF

 

 

A loira do elevador


                     

   

Já tinha ouvido falar que aquele prédio era meio mal-assombrado! O que não sabia era que aquele emprego o levaria até o mesmo. Trabalhava como office-boy daquela empresa havia três meses e desta vez teria que entregar um documento naquele endereço. Deixou para fazer isso por último e quando percebeu já era quase 18 horas. Teve que apressar, pois a maioria das empresas fechava por volta desse horário. Tratou de apressar os passos...

Ao chegar no Edifício, percebeu que havia um porteiro e que o prédio possuía nove andares. Identificou-se com o crachá e entrou. Acionou o elevador; havia dois, pegaria o que chegasse primeiro. O elevador chegou e era um elevador grande, antigo. Entrou e acionou o nono andar.

Ao chegar no terceiro andar entrou uma loira muito bonita, de vestido branco que tinha olhos verdes e que ficara de costas, quase não olhara para ele e que foi para o sexto andar. A presença daquela loira no elevador o levava a sentir calafrios, ao mesmo tempo sentindo atração pela mesma.

Chegou na empresa e entregou o documento. Ao voltar e descer o elevador foi mais rápido, não viu loira nenhuma, apenas encontrou o vigia do prédio que entrou no segundo andar e que estava, segundo me disse, fazendo uma ronda no edifício. Afirmou:

- Nada de anormal, tudo em paz!- E soltou uma gargalhada. - Nenhuma loira mal-assombrada do elevador, como dizem por aí!

- Você a viu? - perguntou o office-boy?

- Eu? Não! Nunca vi! Quem me dera! Eu bem que tinha vontade de vê-la!

- Eu a vi hoje, quando estava subindo!

- Você a viu? – perguntou o vigia.

- Vi! Ela é loira, bonita, tem olhos verdes, linda, bonita, não falou nada comigo, achei estranho, ela entrou no terceiro andar e saiu no sexto!.

- Eu trabalho aqui há mais de seis anos e nunca vi a tal loira, mas já vi relatos de pessoas que já a viram. Ela não é desse mundo, quer dizer, ela é uma alma penada. Trata-se de um espírito de uma pessoa, uma mulher muito bonita que foi esposa de um advogado que tinha escritório neste Edifício e que o mesmo a matou, porque ela o estava traindo. O tal advogado foi encontrado morto meses depois na prisão, parece que foi suicídio!

- Que história cabulosa! – disse espantado o office-boy impressionado com o relato do vigia! – E continuou: - Eu já vou, nunca imaginei ouvir uma história dessas.

Saiu apressado para casa.




 




Conto publicado no livro: "Contos Selecionados"- Edição 2022
Maio de 2022

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
Anote camarabrasileira.com.br/contosselecionados2022-002.html e recomende aos amigos