Abraão Leite Sampaio
Governador Valadares / MG

 

 

Álvares de Azevedo

 

O jovem e “frágil” poeta
Foi o esteio central
A dar o passo decisivo
Da primeira geração romântica
À segunda do romantismo nacional
 
Período em que o romantismo
Penetra na mente do poeta... 
Impondo-lhe comportamento
Pessimista, dor existencial...
Aliado a um incontrolável isolamento

Alvarez de Azevedo “vestiu-se” por completo
Com o “manto” do subjetivismo romântico
Seu “eu” foi tomado pelo pessimismo e melancolia
Mas a profundeza de seus versos
Revelava mente e corpo romântico cuja alma... não era vazia

Seus acentuados lamentos opressão e tristeza
Cobriam suas estrofes... com menções a amores inalcançáveis
Trazendo-lhe uma profunda tortura
Ao reconhecer que a mulher amada...
Por ele jamais seria tocada

Viveu em época “extravagante” do romantismo
Onde o encurtar de uma vida... não provocava medo nem receio
Tinha a morte como solução para seu anseio
 
Mesmo com curta “passagem” mimoseou a literatura...
Lira dos vinte anos foi “embalada” como “jóia polida”

Pela imensurável magnitude de seu desejo
O sonho do poeta se realizaria por completo
Com apenas um toque... e um singelo beijo
Depois... depois a morte...
Porque a vida de nada mais lhe valeria
Havia tocado e sentido o que mais queria

Amor e vida... não lhe interessavam
O poeta tinha uma perseverante importunação
Morte prematura... antecedida por uma forte paixão.

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 152 - Setembro de 2017