Maria Ioneida de Lima Braga
Capanema / PA

 

 

Sei

 

Nunca direi quem sou.
Nunca nem mesmo eu, sabe de mim.
Meus pensamentos são os olhos que me veem.
E que verdadeiramente enxergam a graça do meu ser.

Não agrado a muitos.
Também os meus pensamentos ninguém vai alcançar.
Quanto aos poucos que sobram, se não me compreendem.
Deixarei meus passos na areia.
Estou a caminhar.

Vou fazendo assim...
No mundo de todos.
Enredo um mundo de mim.

Se muito recuei, não foi por medo...
E não mente a minha verdade.
Sou aprendiz errante nas asas do tempo.
E isso não faz de mim outra realidade.

Sou estrada, sim.
Mas, se não consegui dizer a que vim.
Só quando o vento soprar a última aragem.
Dirão que não fui miragem.
E todos hão de lembrar de mim.

 

 

     

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 153 - Outubro de 2017