José Brites-Neto
Sumaré / SP

 

 

Rábulas

 

Indivíduos de desertos e fábulas,
Geradores de opróbrios e mágoas,
Sugam benesses como inimigos e crápulas,
De uma multidão de gente escrava.

Escondem na sujidade de suas anáguas,
A podridão de consciências pérfidas,
Em palácios travestidos como edículas,
Nada mais são que barbáries silvícolas.

Assinam em seu favor qualquer tipo de cláusula,
Como santos medidos pela própria régua,
Ganância sem fim e sem trégua,
Porcos chauvinistas sem paz e sem regra.

Nesse mundo efêmero de triste partícula,
A bondade não cabe em uma simples gotícula,
Sobram nódoas jacentes em uma escuridão de máculas,
Como uma heráldica inconsequente de tantos rábulas.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 158 - Março de 2018