Abraão Leite Sampaio
Governador Valadares / MG

Lima Barreto

O escritor que abordava em suas obras as grandes injustiças sociais

Ao final do século dezenove ainda na monarquia
O jovem de ascendência negra
Era ciente da barreira que a cor de sua pele lhe traria
Mas sua garra e “tenacidade”
Resultou em uma educação escolar de qualidade

Mesmo “enraizado” no conhecimento gramatical
Suas expressões de pensamentos “fugiam” da forma intelectualizada
Usava um acentuado coloquialismo intencional
Era notável seu desdém pela linguagem requintada

Seu estilo despojado e fluente...
Teve grande aceitação jornalística
Fato que “incomodava” aos intelectuais da época
Que infligiam ao escritor... severa critica

Estas opiniões desfavoráveis à suas expressões literárias
Atingia de forma profunda seu lado emocional
Levando-o ao “amaldiçoado” mundo da depressão
Induzido pelo alcoolismo que ceifava sua luz intelectual

Mesmo com estas barreiras
Que por momentos o “cegavam”
O escritor se reerguia
Apoiando-se em sua excepcional criatividade
Que leva o leitor a confundir ficção com realidade

Sua incomparável singularidade expressiva
Dava “cores” a frases, versos e períodos
Vida e dinamismo aos inanimados
Fazendo com que seus magníficos contos e romances
Por seus críticos fossem “descortinados”

Seu sonho... a Academia fundada por Machado de Assis
Ignorou seu talento, negando-lhe por duas vezes
O “Assento” que sempre quis

Mas o brilho do grande literato com o tempo se avolumou
E Afonso Henriques de Lima Barreto...
A literatura brasileira em pedestal dos grandes o posicionou 

Hoje... seus personagens perambulam por todos os cantos
O romance “Triste Fim de Policarpo Quaresma”
E o conto “O homem que sabia Javanês”
Trazem indiscutíveis enriquecimentos ao idioma Português.