Andréa Geane Chaves de Mendonça Moraes
Fortaleza / CE
Imersão do eu
Fechei as pérolas de minha face e submergi nas profundezas de um único eu. Entre as fronteiras do consciente e do inconsciente, fiquei envolta no silêncio da minha existência; nas sombras dos desejos e nas margens dos meus sonhos.
Ali, esquecida em mim, a brutalidade do eco externo fez o meu eu emergir abruptamente para onde os meus 'eus' não queriam estar. E para a superfície da pele... eu voltei! Voltei das profundezas da alma que almejei sempre estar.
E a utopia de outrora me acompanha, entorpecendo-me o senso do agora, vendando os meus olhos e desequilibrando o meu eu. Impondo uma realidade que só eu penso existir.
Um real lúdico, ilusório e infantil que me põe com sede diante de um rio, e eu não consigo me saciar. Que me põe com fome diante de um banquete, e eu não consigo me alimentar, e ainda..., me põe diante das possibilidades sem eu poder voar. Me põe diante de ti sem eu poder te tocar.
Utopia ultrajante, ambígua e paradigmática que me mostra a grande fortaleza nos alicerces da fragilidade do ser, e na superfície da pele que é meu hábitat
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