Maria Ioneida de Lima Braga
Capanema / PA

 

 

Minha infância

 

Lindas manhãs mirando a fonte.
Minha infância, meus dias azuis.
Açude, ribeirão cantos de pássaros.
Estrada de chão,
Fruta colhida no pé.
Banho de chuva gotas de purpurina.
Simplicidade, menina: Patativa do Assaré.

Dias tranquilos de inocência.
A esperança, barcos a aportar.
Sonhos de nuvem, na alma de pluma.
E como ramos inquietos ao vento.
Na vida foi-se ligeiro.
A aurora dos meus tempos pela luz do meu olhar.

Quanto medo que eu tinha dos mistérios das lendas.
Muito pavor do bicho papão.
Morria só de pensar em relâmpago e de susto do trovão.
Mas, de minha mãe o carinho.
Seu colo doce e seguro ninho.
Onde bem apertadinho afagava os meus cabelos.
E sossegava meu coração.

Minha infância querida...
O vigor da minha vida.
Passou assim como vento.
Feito bolha de sabão.

 

 

 

 

 

 

 


 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 160 - Maio de 2018