Wilson Ayres de Melo
Vitória / ES

 

 

Tatuagem


Que fizeste no teu corpo, mulher?
Rabiscaste na pele arte indigente
Pobres traços vulgares
De parva qualidade estética
Simplesmente pra te igualares
Às demais, por pura sandice.

Assim, tatuada, mulher
Deixaste de ser única
Em nome de insensato mau gosto
E passaste a ser mais uma no bonde
Daquelas que seguem pra lugar nenhum
Pra um não sei onde,
Destino das pobres-coitadas.

 

 


 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 160 - Maio de 2018