Claudia Fontenele Alves da Silva
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Relicário

 

Meu coração é um relicário.
Guarda emoções diversas.
Alegrias do nascimento
Dos três filhos amados.
Tristezas das perdas
De entes queridos.
Parece tão pequeno
Meu relicário.
Tem coisas do passado,
Tem coisas do presente,
Mas tem anseios pelo
Futuro que aguardo.
Saudades não deixam
De dar cor cinza
Ao meu relicário.
O artesão o fez
Na medida certa.
Cabem certezas,
Também cabem contradições.
O artífice do meu relicário
Fez dele uma joia
Que só reluz
Nas mãos do Criador;
Fez dele um barco
Que navega no oceano
Da pátria celestial.
Meu relicário é finito.
Só não é finito
O amor que carrega.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 162 - Julho de 2018