André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

Paz

 

Denominada foi pelo conflito
Ou por um dito popular nasceu?
Por onde a verdadeira paz do "eu"?
Não sei... Talvez distante no infinito...

A paz teria forma, cor, volume?
Teria a força de milhões de humanos
Ou pelas sombras dos cotidianos
À força de um braço sem perfume...

A paz não nasce numa forma adulta
A paz não nascerá duma só vez
Será no tempo branda gravidez
Na consciência do que "ser" resulta...

A paz não é a busca da esperança
No homem alquebrado que espera
Nem na mulher (a mãe) que persevera
É sim, guardado traço da criança...

A paz do "ter" é como "ser" jamais
Um rio que aos desvios vai buscar
A paz na foz imensa de um mar
Após servir a quem ficou pra trás...

Enfim, a paz não é filha da guerra
Numa "casinha branca com varanda"
Mas sim lograr em cada ser que anda
Um lar pacífico por sobre a Terra...

A paz, a paz, suave pensamento
Que tenho agora, breve alegria
De ser a guerra um banido vento
Da atmosfera nesta poesia...

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea" - Agosto de 2017