Maria Ioneida de Lima Braga
Capanema / PA
Ecos da insônia
Mais uma noite de céu sem estrelas esconde a rua.
Por trás da velha árvore do quintal olho a lua.
E a noite escura dorme seus segredos.
Abraço o tronco amigo, mas tudo é sem sentido.
O desejo, apenas um lampejo ébrio, no frêmito do gemido.
E o vulto que se esconde.
É a morte em silêncio de amor perdido.
Desassossego, e a esperança que não chega.
Olho a noite pelas frechas da escuridão.
"Não há como soprar palavras que toquem teus ouvidos"
A vertigem do ar calou o vento...
Resta apenas noite ao coração."
E todas as noites ao pé da velha árvore.
A alma a debater-se debruçada às sombras.
E não é nem meia noite ainda.
Tanto amei e nada existe,
E essa noite negra que não finda.
A noite avança, uma estrela já anuncia a madrugada.
Logo virá o dia, mais um que passo dentro de mim
E a angústia escorre.
Enquanto lá fora aquele nasce.
Aqui dentro esse morre.
O céu infinito traz a noite negra, molhada já de orvalho.
Monstros do inverno estrangulando, que agonia.
Sou esse escuro, eco de insônia na noite fria.
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