Zacarias Martins
Gurupi / TO

 

 

Cala-te boca

 

Tentaram comprar o meu silêncio.

Se minha boca calasse,
falariam por mim os olhos.

Se meus olhos não dissessem nada,
meus atos colocariam a boca no trombone.

Ainda restariam as mãos,
que tentariam um diálogo mudo.

O coração, que bateria mais forte.

O pensamento, que iria mais longe.

A imaginação, que voaria mais alto.

A esperança, que é a última que morre.

E a minha poesia, para falar de amor.

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos que não se calam"- Edição Especial - Janeiro de 2017