Claudio Antonio Mendes
Mutum / MG

 

 

Como folhas de outono


                   

Versos caídos como folhas de outono
No profundo vazio da minha alma
Lamento o inverno que se aproxima
E me perco em labirintos sufocantes.

Agora eu sei o que você me roubou
Indo embora deixando só saudade
E uma imensa confusão no meu céu
Nuvens escuras ofuscando esperanças.

Entro em meu quarto para o descanso
E roço na inexistência dos seus abraços
Paredes que lacrimejam tantas memórias
Da história que escrevemos em um verão.

Eu apenas me dissolvo no frio da solidão
Depois que vaguei pela cidade em buscas
De artifícios para serem tocados e sentidos
Esvaziando copos infinitos em bares sujos.

Hoje deu tempo de chegar até a minha cama
E me esparrar pelo lençol surrado e dorido
Já não me preocupo com a beleza ou higiene
Mas apenas em absorver delírios anestésicos.

E mais um verso cai para ser decomposto
Como folha em um outono descomunal.

 




Poema publicado no Livro "Contos Outonais"
Julho de 2022

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