Claudia Fontenele Alves da Silva
Águas Claras / DF

 

 

 

Eternizar

 

 

O nosso amor deveria eternizar-se
Enquanto nos braços um do outro.
A nossa felicidade deveria prolongar-se
Mesmo que as folhas caíssem no outono.
A nossa cumplicidade deveria tornar-se
Como os diamantes que cortam o vidro,
Desfazendo toda falsidade.
A nossa promessa de amor deveria eternizar-se
Enquanto os espinhos nos feriam
No percurso do caminho.
O que sobrou do amor,
O que sobrou da felicidade,
Eternizou-se nas lembranças
Que trago comigo.
A cumplicidade, a promessa de amor,
Esvaziou-se na caminhada.
Trouxe espinhos, trouxe falsidades,
Deixando somente a saudade.

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 163 - Agosto de 2018