José Faria Nunes
Caçu / GO

 

 

Epílogo ou celebração da plenitude

 

O que garante a existência humana
Ao deixar de aqui viver
hei de buscar e encontrar
um mundo novo de amor.
Lá hei de reencontrar todos os seres
que amei e me amaram.
Os ascendentes e descendentes
Todos os de fato amigos ainda que
por negligência ou deliberada omissão
os tenha ignorado à margem do caminho.
Hei de encontrar as pessoas que comigo sonharam
e as com quem também sonhei.
Sonho de arquitetura de vida especial
ainda que os sonhos tenham sido desfeitos.
Sonhos lindos enquanto duraram, alguns plenos.
Entre os amigos, incluo os animais
que comigo conviveram em alguma fase da vida.
Sobretudo os caninos e felinos que adotei
ou que me tenham adotado.
Aos cães e gatos, a mais elevada estima.
Regozijo-me pelo eventual bem que tenha feito.
Bem que poderia ter feito mais e melhor. Lamento
por nem tão eventuais atos de desagrado
a quem quer que fosse, ainda que por reação.
A estes, a súplica pelo perdão, mesmo imerecido.
No possível, que os laços de amor e amizade
sejam refeitos. E desta vez por todo o sempre
amorosamente celebrados.

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 167 - Janeiro de 2019