Francisco Martins Silva
Uruçuí / PI

 

 

Senzala

 

 

Senzala, casa habitada,
Repleta de homens, mulheres e crianças;
Lar cheio de emoções, choros e ânsias
Devido a vidas escravizadas.

Senzala, morada de idosos e idosas,
Pais e mães, filhos e filhas,
De jovens, todos filhos da Mãe África.

Senzala, nesta pátria instalada
Advinda do espírito de poder e da ganância dos brancos,
Pondo nela nossos irmãos negros
Jogados à sorte de uma vida escrava.

Senzala, que fez surgir
Em cada negro nela habitada
Os sonhos de fuga, de um quilombo, liberação e a independência
Tão querida e almejada.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 169 - Março de 2019