Samuel Alencar da Silva
Capanema / PA

 

 

Prevendo a triste partida

 

Com o romper da aurora
O Sol espraia sua gema lentamente
Eu no convés do navio da vida
Aprecio a viagem "tocando em frente"
A vida segue calmamente e serena
Como um barco a vela numa calmaria
Meu porvir já está minguante
Eu já não vislumbro muitos anos à frente
Visto que os caminhos que me restam
São muito menos dos que já caminhei
Mas o pouco tempo que me resta
Quero viver pausadamente e tranquilo
Sem ter pressa e nem stresse
Que acabam com a vida da gente
Quero acordar com o canto do galo
E na sesta vespertina acordar com o sabiá
Quem sabe um dia? O destino de nós todos
Eu nem venha mais acordar
Aí já será tarde demais para as homenagens
Não poderei agradecer as cortesias
Nem praguejar a infalível enjeitada de todos
Mas levarei comigo a vontade de ficar mais
Saudades dos meus amores e muitas emoções,
Dividendo dessa luta inglória
Gritarei: Fui!!!! Mas contra minha vontade.

 

 

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Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 171 - Maio de 2019