Ismar Carpenter Becker
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Névoas do amanhecer

 

Encobrem a visão da realidade
Deixa dúvidas do que se vê
Névoas do amanhecer escondem um amor que marcou uma existência
Em que insiste ainda reviver o passado
Névoas  do amanhecer culpam por não enxergar a realidade triste
Que tudo passa, a névoa se dissipa e o sol volta a brilhar
Entre nuvens alvas ou mal-humoradas
Descarregando lágrimas salgadas de saudade e angústia
Névoas ao amanhecer que turvam a visão da ansiedade
Névoa eternas em olhar já sem brilho
Pálpebras cansadas de piscar sinalizando o amor
Névoas ao amanhecer que se recusam a se dissipar em meio a bruna leve  ao soprar na praia
Deserta onde só o barulho das ondas ao bater na areia fria
de um coração que ainda teima em bater.

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 173 - Julho de 2019