Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

 

 

Uma mulher qualquer

 

No Baixo-Belô a encontrei.
Não era gorda, nem magra
Bonita, nem feia
Alta, nem baixa
Apenas mulher.
Sua boca arreganhada…
Chupante a chamar-me
Num pedido irresistível de prazer
Puramente carnal.
Entretanto resisti.
E nos meus sonhos agora vive
Atormentando-me
Devido a um chamado que não atendi
Por uma estranha imposição do momento.
Só sei que ali espero um dia voltar
Como se fosse algo que tivesse que fazer
Antes do término da jornada.
Alentoso dilema
Que se cumprirá um dia, espero.
No corredor, ao lado da escadaria
Mil seres transitavam.
Para você, todos iguais…
No entanto, você era única!
Seus dedos, extensão de seu corpo
Num convite irreverente
A reverenciar o melhor deste mundo.

 


 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 176 - Outubro de 2019