Helena Maria S. Matos Ferreira
Guapimirim / RJ

 

 

 

A testemunha

 

 

Uma jovem gostava de olhar o pôr-do-sol.
Gostava de apreciar a lua; o luar prateado.
Cresceu admirando o sol e a lua e imaginava que um dia, uma bela história, em que ela seria a protagonista, aconteceria. Quando? Em uma noite enluarada em que os astros conspirassem para a realização do seu grande desejo.
E aí aconteceu. Quando os primeiros astronautas conquistaram o chão lunar, fincando a bandeira americana em seu torrão, um fato extraordinário também ficou marcado para sempre em sua memória e em seu coração: o seu primeiro beijo.
Foi uma grande e significativa espera que muito valorizou a sua existência e a do seu namorado, que alguns anos depois tornou-se o seu esposo e companheiro da vida inteira.
A jovem acreditou então que não havia necessidade de sonhos mirabolantes, mas sim de expectativas de pequenas realizações. Realizações que vão fazendo um somatório de vida, que tecem “os mais belos contos de amor”, desconhecidos, porém únicos, que geram a cumplicidade e o carinho entre dois seres. Seres esses que se amam e se encontram sob as bênçãos de uma lua: testemunha silenciosa, e discreta de um beijo, e do pé esquerdo de Armstrong, que marcou o solo da planície do seu Mar da Tranquilidade para sempre.


(Homenagem aos dois acontecimentos marcantes
do dia 20 de julho de 1969)

 


 

 

 

 
 
Poema publicado no livro Os mais belos Contos de amor - Edição 2019 - Setembro de 2019