Maria Ioneida de Lima Braga
Capanema / PA
Folhas secas
Te esperei na chuva.
Mas ela apagou as pegadas que te trazem a mim.
Te busquei na noite.
A escuridão porém, encobriu a minha visão.
Te chamei no vento.
Ele levou todavia, nas asas o meu grito.
E te vi fugindo...
Nas noites, nas esquinas, nos becos.
E perdi as forças, pois se vinhas.
Era já sem vida como um boneco.
E no tempo te esperei.
Foste um lampejo fugaz.
Morte de um sonho audaz.
Muito tudo, às vezes nada.
Manhã de inverno com a lareira apagada.
Idas, vindas, turbilhão.
Água a escorrer entre os dedos das mãos.
E se voltas, onde estiveste?
E quando não vens, onde estás?
Vives a escapar em lentas baforadas.
Tragadas do meu sofrimento...
E meus pensamentos ficam só rolando.
Como folhas secas a favor do vento.
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