Maria Ioneida de Lima Braga
Capanema / PA

 

Folhas secas

 

Te esperei na chuva.
Mas ela apagou as pegadas  que te trazem a mim.
Te busquei na noite.
A escuridão porém, encobriu  a minha  visão.
Te chamei no vento.
Ele  levou todavia, nas asas o meu  grito.
E te vi fugindo...
Nas noites, nas esquinas, nos becos.
E perdi as forças, pois se vinhas.
Era já sem vida como um boneco.

E no tempo  te esperei.
Foste um lampejo  fugaz.
Morte  de um sonho  audaz.
Muito tudo, às vezes  nada.
Manhã de inverno  com a lareira apagada.
Idas, vindas, turbilhão.
Água a escorrer entre os dedos das mãos.

E se voltas, onde estiveste?
E quando não  vens, onde estás?
Vives a escapar em lentas baforadas.
Tragadas  do  meu sofrimento...
E meus  pensamentos ficam só  rolando.
Como  folhas secas  a favor do vento.

 

 

 

 
 
Poema publicado no Livro de Ouro da Poesia Brasileira - Edição 2018 - Agosto de 2018