Maria José Zanini Tauil
Rio de Janeiro / RJ

 

Algemas de poeta

 

 

Alma boêmia de poeta
Vida efêmera e bizarra
Em versos a cantar
Como inseto estival
Sedento de seiva
Agarra-se ao papel
Assim como a cigarra
Que canta e encanta
Unida ao vegetal
Não se igualam os sons
Cada um é ser original
Ela,  ao morrer
No último canto encerra
Um louvor ao verão...
Ele...ser  afortunado
Escreve de estação a estação:
Versejar é antídoto de solidão...
É ser Liberto! Desperto!
Seus versos não têm algemas
Seu pensamento é pássaro vadio
Em fuga para os hemisférios
Nas estações e em seus mistérios
Mas que conhece como ninguém
Sem penas ou dilemas
O caminho de volta!
Pois os braços e abraços
Da mulher que ama...
São suas únicas algemas!

 

 

 

 
 
Poema publicado no Livro de Ouro da Poesia Brasileira - Edição 2018 - Agosto de 2018