José Everaldo de Araújo
São Paulo / SP

 

 

Tristeza à vista

 

 

A rude tristeza que me envolve,
Desenvolvida por uma forte dor,
Esconde uma lágrima perdida
Nesse rosto que é todo amargor.

A insistente intolerância
Que emana desse teu olhar,
Demonstra tua arrogância
Que em detalhes sabes imputar.

Serei eu! Então um déspota?
Incrustado em tua imaginação,
Que terei de ti como resposta
Frases que ferem meu coração?

Por me expores a essa tortura
Que atormenta minha emoção,
Condenas a minha estrutura
A não ter mais sustentação.

Espero! Que te arrependas
De teres sido tão cruel assim,
...teus anseios não virem lendas,
Pondo em teus sonhos um fim.

Quanto a mim, o que me resta,
É a tão esperada resignação,
Achando na porta uma fresta,
Um fio de luz, de nova emoção.

 

 

 

 
 
Poema publicado no Livro de Ouro da Poesia Brasileira - Edição 2018 - Agosto de 2018