Otaviano Maciel de Alencar Filho
Fortaleza / CE

 

E assim caminha a humanidade...

                

Dizem por aí afora que o fim do mundo está próximo. Muitas pessoas acreditam que, com todas as atrocidades que vivenciamos na atualidade, essa previsão parece ter um fundo de verdade. Algumas, até, já se preparam para o inevitável acontecimento. Não se sabe, porém, de que forma se dará o nefasto final da humanidade.
Informações publicadas por agências espaciais e astronômicas de grande respeitabilidade nos informam, quase que diariamente, que o planeta Terra pode a qualquer momento ser atingido por um meteorito, um meteoro ou qualquer fragmento de rocha que esteja circulando no espaço afora. Esse acontecimento já foi verificado em várias épocas, e a não ser o evento da grande extinção dos dinossauros, ocorrido a milhões de anos atrás, causado pelo impacto de um grande asteroide, outros que por aqui passaram desintegraram-se na entrada da camada atmosférica e outros tantos caíram nos oceanos sem causarem grandes prejuízos à humanidade. No entanto, em pleno século XXI, os profetas do apocalipse apostam todas as cartas disponíveis e, ancorados em informações científicas manipuladas e distorcidas intencionalmente, no afã de darem créditos as suas teorias duvidosas, não tardam em espalharem pelas redes sociais o pânico generalizado, informando datas precisas dos supostos acontecimentos. Que fique bem claro que não devemos refutar totalmente essas teorias, o que não padece dúvida é que as mesmas são eivadas de sensacionalismo e em muitos casos, fanatismo religioso. Ciência se faz por formulação de hipóteses, pesquisas experimentais e observacionais constantes e só depois vem o resultado final, que poderá ser mudado ou não com o passar do tempo se novos estudos apontarem que a hipótese atual é deficitária em um ponto ou no todo.
Recentemente no ano de 2012, foi anunciado o fim do mundo. Os prognosticadores baseavam suas crenças no calendário maia, que segundo eles encerrava oi ciclo da humanidade, portanto muitos cataclismos, incluindo tsunamis imensos iriam devastar boa parte da população mundial.  Toda essa tragédia seria devido à passagem de Nibiru, um planeta até então desconhecido da ciência, mas um velho conhecido dos povos antigos. O ano de 2012 passou e com ele se foi todo mau agouro imputado à humanidade. Contudo, segundo os pressagiadores, dessa vez, não passa de junho de 2019.
A mesma profecia volta com força total agora no início do ano de 2019. Outra profecia bem mais recente, porém, controversa, atribuída a Chico Xavier, é utilizada por muitos na tentativa de dar maior credibilidade às informações trazidas pelos adivinhadores. Tal profecia recebeu o nome de “Data Limite”. Segundo os seus defensores, Jesus teria se reunido com os dirigentes do comando espacial planetário no ano de mil novecentos e sessenta e nove e os mesmos teriam dado uma moratória de cinquenta anos aos terráqueos, para que os mesmos não entrassem em guerra nuclear. Caso a paz se estabelecesse até o ano previsto, a Terra entraria num período de muita abundância e avanços científicos surpreendentes poderiam ser observados. Se acontecesse o contrário o planeta entraria em uma fase de retrocesso em se tratando de progresso nos mais variados setores da sociedade.
Teorias malucas sem lógica científica têm sido feitas desde tempos remotos na tentativa de explicar o final dos tempos, afinal, tudo que começa tem fim!
Quando me perguntam se acredito nisso ou naquilo, e por que as coisas são assim, respondo com toda sinceridade: Acreditar ou não acreditar não é o cerne da questão, mas, se crer ou não crer fará diferença para os que creem e não creem se essas catástrofes realmente acontecerem. Se fizer, em que sentido se poderá entender essa afirmação?
Se me perguntarem se as profecias ainda terão lugar no imaginário da humanidade, com os constantes avanços tecnológicos e científicos, limito-me a responder:
Só sei que sempre foi assim no passado. Nos tempos atuais é assim. E como não sou profeta para vislumbrar o futuro e saber se realmente o mundo vai acabar agora em 2019, apenas arrisco a dizer que provavelmente será assim até o mundo não acabar!

 

 

 
 
Publicado no Livro "Só sei dizer que foi assim..." - Edição 2019 - Julho de 2019