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André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

Ao entardecer eternamente

 

Na vida só e, bem mais só do que sozinho
Eu vou seguindo assim... Um pobre peregrino
Que traz a sede à boca e leva olhar arminho
Na pura busca sua sou um só menino...

Que leva na bagagem, verde a esperança
Por entre bugigangas deste homem antigo
É tenro velho sonho meu do ser criança
Um acalanto único, fazendo abrigo...

De um dia de manhã na aurora ensolarada
Eu possa antes de acordar com a brisa, vindo
Sentir em pétalas a rosa delicada
Das suas mãos em minha face e eu dormindo...

Vem...
Vem me cantar uma canção pra me ninar
O vento em mim me faz sentir você chegar
E tudo mais não tem razão pra existir
Mas, só existe, pois você está aqui...

E bem depois serei eu, despertando, seu
Como as manhãs fazendo pouco a pouco o dia
Você vai sendo em mim a luz que reacendeu
Na escuridão, da ausência sua que havia...

E assim jamais me apartarei da sua sombra
Eu juntarei meu corpo ao seu solenemente...
Nos últimos caminhos nós por sobre alfombras
Deitados ao entardecer eternamente...

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 134 - Março de 2016