Ismar Carpenter Becker
Rio de Janeiro / RJ

Ao som

Ao som do vento que canta sem moradia fixa
Ou ao galope levantando poeira vermelha
Ao som do gemido de uma saudade
Ao som do sapo no brejo
E do sabiá na gaiola
Ou ainda ouvindo o som do mar em sua fúria inconstante
Ao som da natureza ainda selvagem
Ao som da música que leva as lembranças de outrora
Sons urbanos neuróticos
Som da vida de um choro que acaba de chegar ao mundo
Ao som de soluços de uma vida que se vai
Ao som do ponteio da viola
Ao som do crepitar  do fogo da paixão sufocando o coração
Ao som de uma existência até o silêncio do sepulcro chegar.