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Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

Por onde anda a nossa língua portuguesa?

 

Por onde anda a língua portuguesa?
Por toda diversidade cultural a se misturar com outras línguas
Perturbando o bom sono das línguas de poder...
Tecendo versos e prosa que sustentam e dão sentido à vida da gente
Pelos escombros do mundo subalterno, nas favelas, nos guetos
Na dança movente de ritmos polivalentes e pluriculturais
No asfalto armado de homens que assaltam o tempo em suas prisões espaciais...
Caminhando e cantando e seguindo a canção que faz o mundo girar,
Formando poetas, viajantes, cronistas, historiadores e filósofos
Que inventam conceitos e signos com o sopro divino de sua criação...
Mas como vive a língua portuguesa?
Vive cansada de ser usada por falantes que fazem mal uso de sua materialidade
Contrariando a sua finalidade primitiva criada por seu primeiro sopro:
A de unir o homem rumo a um caminho de paz
A de construir estradas culturais para fazer do indivíduo a sua imagem e semelhança
Feita de sons e tecidos divinamente integrais, temperada por signos transcendentais
Que desconstroem as velhas estradas que escravizaram o ser em sua história de vida
Feita de sentidos e significados que conduziram a humanidade à catástrofe do ser.
Mas o que deve a língua portuguesa fazer?
Deve levar o indivíduo à sua plena realização de cidadania e justiça
Interpelada por novas letras repletas de luta, sonho e crença no porvir.
Mas por onde anda a língua portuguesa agora?
Vive dando cambalhotas e largos saltos com o seu novo estilo de ser
Com a esperança única de fazer dos lugares lusófonos
Um grande espaço onde as letras possam desaguar no mar da heterogeneidade
E dar aos seus falantes novamente uma “segura” estrada a ser seguida
Uma estrada pós-moderna e distante do barulho das velhas fórmulas estragadas,
Num encontro tão esperado de sujeitos que se iluminam por seus potentes raios de luz, Deixando pequenos e grandes rastros e resíduos em todas as partes do mundo.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 138 - Julho de 2016