Marcos Antonio de Santana
Rio de Janeiro / RJ

É tudo verdade

Pessoas passam por mim
E às vezes em alguém esbarro
Deixaram algo cair lá de cima
Quase que eu me acabo
Um indivíduo bateu e quebrou
O retrovisor do seu carro

Um senhor de barba e bigode
Com garotão ao seu lado
Trocaram beijos de língua
E abraços mais que apertados
Meninas vendem seus corpos
À vista ou a prazo

Mataram um desconhecido na Central do Brasil
Um homem bem vestido
Quem matou ninguém viu
Chega o carro da polícia
Com um suspeito algemado
Sem exame de balística
Deram o caso por encerrado

Todo dia passeata
De sem teto, sem escola
Com trabalho, sem dinheiro
E sem esperança de melhora

Rio de janeiro, centro da cidade
Na hora do rush
É tudo verdade